Cresci achando que a família Floriani era pequena. E não me
preocupava se a história da família se perderia com os mais velhos, aqueles
relatos de sempre sobre as dificuldades dos Italianos ao chegar no Brasil no
século XIX. Mas é gratificante quando percebemos quanto a história da
família revela conquistas e fracassos, e se renova, repletas de heróis de
verdade, dos quais podemos nos orgulhar, uma trajetória rica em lições e razões
para amar.
Uma vez um colega de escola me disse, não somos parentes, temos apenas o mesmo sobrenome. E isto faz muito tempo, e infelizmente, em nossa vida moderna muitos não sabem quem foi seu bisnono, e até menospresa a perda dos vínculos familiares. Por isto não se trata de resgatar o passado, mais do que isto, pois não estamos salvando um passado perdido, mas reunindo histórias e a partir delas construindo um novo futuro, um futuro familiar, comum.
A sensação de pertencimento à laços familiares mais amplos cresceu principalmente em 2005, quando inúmeros descendentes trentinos buscaram a cidadania Italiana, e houve uma verdadeira corrida em buca de documentos de ancestrais, muitas vezes completamente desconhecidos.
Foi muito bom participar do esforço de um grupo fantástico de pessoas que reuniram histórias, elaboraram a árvore genealógica, realizaram grandes festas para reunir familiares e amigos, e claro, viajar até a Itália.
Depois destes 5 anos os objetivos permanecem. O mais importante, materializar o vinculo existente entre diferentes ramos da família. Fortalecê-la significa criar o sentimento de pertencimento a algo maior e mais duradouro. Em tempos em que a violência toma conta dos notíciários, descrédito da política e crise ambiental, a família retoma seu espaço social de amorozidade, respeito e união.
Viva a Família Floriani!