Em Fiera di Primiero, pequena cidade encravada aos pés dos Dolomites, nos Alpes ao Norte da Itália, encontramos uma Catarinense que viajou à Itália em busca da dupla cidadania, passou dificuldades que a fez rezar por ajuda, e casou com montanhista. Ela nos preparou em seu Hotel a melhor polenta com molho de cogumelos que experimentamos.
Estávamos em Primiero, no dia 03 de abril de 2012, ao meio dia e o comércio fechou, lembrou o tempo de criança, e fechou tudo mesmo. Não conseguimos enviar cartas pelo correio, não entramos na loja de artesanato, tudo fechado, as ruas desertas. Onde almoçar?
Até que surge uma placa de Pizzeria, era uma cantina do Hotel Soleder.
Ao pedir pelo almoço a conversa em Italiano rendeu até que a atendente pergunta, vocês são brasileiros? Tinha tanto sotaque que só entendi o porque da pergunta quando ela disse: Ah, que bom! Quanta saudade de falar português!
Com a surpresa do encontro quase que o pedido não vai pra cozinha, de tanta coisa pra conversar. Ela correu com nosso pedido de macarrão (pra Isabela), e polenta na chapa, linguiça e molho de cogumelos. Depois voltou e sentou conosco.
De família simples de Joaçaba, fez como muitos brasileiros que tentaram a sorte na Itália no início da década de 2000. Contou o sofrimento que passou, principalmente quando a colega de viagem conseguiu a dupla cidadania e retornou para o Brasil. Ela ficou na Itália enquanto aguardava um passaporte que nunca chegava.
Muito simpática, cabelos crespos bem escuros, pele clara, feição magra de alguém que trabalha na roça, sinais de que o trabalho não é pouco. E nunca foi. Sem conhecidos, sem dinheiro, sofreu bastante por erros do consulado brasileiro e do Circulo Trentino. Perderam documentos e simplesmente não se entendiam.
Por sorte, foi lá naquela terra fria, de gente que fala mais alemão e francês que encontrou o amor, direto dos alpes italianos, o montanhista e guia de montanha fez o par certo com ela e o casamento não tardou.
Foi muito bom conhecer esta guerreira.
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