O curta metragem “Por tudo o que devemos parar”, produzido por Cintya Floriani, nos faz refletir sobre a dificuldade dos tempos atuais. Somos resultado da junção de povos exilados, fugidos ou raptados. Num mundo cada vez mais globalizado, para onde podemos fugir?
"Nós somos todos filhos e filhas do exílio. Meu Português, que é o seu Português, é também um exílio. Nossas famílias foram para o exílio, minha bisavó que teve filhos com um indígena e filho casou com africano, a filha casou com um exilado da Alemanha cuja filha casou com um exilado da Itália…"
Cintya Floriani Hartmann nasceu em Cascavel, é jornalista, possui duas especializações (uma obtida na USP e outra em Madri, na Espanha), e atualmente é doutoranda na Universidade de Lisboa. É uma expert quando o assunto é idas e vindas, possui nacionalidades brasileira e espanhola e, recentemente fez o caminho inverso, voltou à Europa e buscou exílio em Portugal, na península Ibérica. Como diz:
"Después volvimos a la península para trabajar sabes? Porque aqui antes necesitaban de nosotros. ¡Ahora no pero antes si! Todos nós, antes e agora, exilados da vida e a exilar, expulsar, negar, excluir." (veja a íntegra do texto)
Seu vídeo foi premiado em novembro passado no evento internacional Filo-Lisboa 2020, onde intelectuais e autoridades da França, Alemanha e Portugal debateram a “Crise Pandémica: Quem sou eu neste novo mundo?” (Confira aqui). Muitos Floriani entendem de exílio, mas esta é uma expert.
Em 2019 seu artigo SOS: Chamada Internacional de Socorro para o Brasil circulou o mundo, com um “pedido de socorro, um SOS emitido desta costa da Europa contra o colapso. Porque o colapso brasileiro é um colapso civilizatório”.
Infelizmente,
"Com o clima de asfixia, muitos brasileiros têm se auto-exilado. Milhares deles em Portugal. A nova onda migratória de brasileiros ao país tem ganhado perfil de resistência política. Coletivos como o Andorinha (fundado por estudantes universitários) e o Fibra (Frente Internacional de Brasileiros – contra o golpe e pela Democracia), e um grupo de produtores de notícias independentes (Midia Ninja), dão indícios de que Portugal será um centro de resistência para que o “SOS Brasil” seja ouvido enquanto é tempo. Porque o pior pode estar por vir."
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